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Aclarada a questão, sigo com a consciência tranquila.
Tomo liberdade de pedir, também (por gentileza), leitura na íntegra, ainda que isto seja grande.
Desde o evento da execução de Marielle Franco, ativista dos Direitos Humanos e vereadora pela cidade do Rio de Janeiro, vi todo tipo de horror e perversão ser perpetrada pelos ditos “cidadãos de bem” – voltando no tempo, “Cidadão de Bem” era o nome do jornal da Klu Klux Klan, organização de cristãos que executavam negros estadunidenses em clara ação de eugenia.
Dentre os que vi, muitos já estão recebendo o tratamento que merecem. Porém, nem todos. E essa brecha tratarei aqui.
No 16/03 (ontem, para aqueles que hoje lerem), Chico Buarque, nosso compositor, escritor e premiado novelista (numa infinidade de adjetivos louváveis), postou em sua fanpage verificada do Facebook, um link para matéria do jornal El País com título “Assassinato político de Marielle Franco reativa as ruas e desafia intervenção no Rio”.
Grande admirador do trabalho musical e literário de Chico, como de toda sua atividade política desde a sombria ditadura até os tempos de exceção que hoje vivemos, não apenas interagi com o “like” comum, como naveguei pelos comentários. Entre eles, um me chamou a atenção: dizia “Bolsonaro neles”. Expandi e, qual não foi meu desgosto ao ler o segundo comentário do OP (original poster), dizendo lastimar-se por não ter sido uma van do PSOL, de modo que a “limpa” fosse “perfeita”.
Não me contive: acessei o perfil, coletei dados da empresa na qual trabalha e, ao visitar o site desta, descobri tratar-se do CEO, pessoa inalcançável para ações de RH ou afins, já que “patrão” de todos os colaboradores (vulgo funcionários, mesmo os de mais alto nível dentro dos recursos humanos).
Acontece, porém, que detesto receber títulos que não me correspondem.
Como é possível ver na reprodução, ele me chamou de “fdp” (Comunista, de fato, sou. Eu mesmo declaro tal), ou seja, “filho de uma puta”, o que pode ser lido literalmente – não correspondendo à prática semântica – ou com alegoria. Escolhi a segunda.
No português, ser um “filho de uma puta”, ou “filho da puta”, significa ser um sujeito sem escrúpulos, sem limites, um desgraçado, descarado.
Sendo chamado, já que tenho a fama, farei a cama.
Pois bem:
Marcelo Uliano Meurer, CEO na Design UM Propaganda e Marketing, comentou publicamente no post de Chico Buarque sentir “pena” por não ter sido “uma van do PSOL q (sic) daí a limpa (sic) seria perfeita”.
“Limpa”, para quem não sabe, corresponde a uma gíria para limpeza, de modo que Marcelo Uliano Meurer julgou justo, naquele momento, determinar que a execução cruel e covarde da ativista pelos Direitos Humanos e vereadora, Marielle Franco, morta a tiros numa emboscada junto com seu motorista, tratava-se de uma “limpeza” (em que sentido? Eugenia?), enquanto lastimava-se ter sido ela a única vítima, e não uma “van do PSOL” (numa Sprinter cabem 20 adultos, mais o motorista).
Marcelo Uliano Meurer, desde então, ataca, ameaça ou ofende pessoas que denunciam sua atitude abjeta.
O que Marcelo Uliano Meurer, CEO da Design UM Propaganda e Marketing, não sabe, é que ameaças calam vozes, mas não ideias.
Enquanto Marcelo Uliano Meurer, CEO da Design UM Propaganda e Marketing, agredia e/ou intimidava críticos, várias pessoas foram à fanpage da agência cobrar explicações.
Nos comentários, nada ainda foi afirmado. Quem tentou inbox, recebeu aviso de que haverá apuração, e todos estamos ansiosos não só pela justa ação, como pelo franco posicionamento da empresa.
Cabe, portanto, pressão popular no caso e firmeza frente às abomináveis tentativas de silenciamento por este cidadão, que não sairá ileso, já que um monstro de oportunidade.
Informação importante, de gravidade ainda no caso, Marcelo Uliano Meurer exibe na timeline de seu perfil na rede social, a propagação de uma calúnia tão vil quanto infantil contra a Deputada Maria do Rosário, compartilhando uma montagem tosca que altera o conteúdo do cartaz que esta segurava. Ora, como é possível que o CEO de uma agência de publicidade seja incapaz de discernir entre uma montagem amadora e uma foto real? A que estão sujeitos os clientes da agência dirigida por ele, considerando-se tamanha imbecilidade no trato de informações sensíveis, potencialmente criminosas (como é o caso da divulgação de informação caluniosa intencionalmente produzida)?

Sinto-me, portanto, moralmente obrigado a acionar todos e cada um dos clientes de sua agência para garantir que nenhum destes seja lesado pela monstruosidade deste homem. E é justamente isso que farei, enquanto gozo da oportunidade magnífica ofertada pelo partido de Marielle de acusar judicialmente cada um de seus agressores post-mortem (mais informações estarão disponíveis na fanpage do Covil, assim que verificadas).
Termino com um trecho da canção “A Minha Alma (a paz que eu não quero)”, da banda O Rappa:
“É pela paz que eu não quero seguir admitindo”.
Não quero e não vou.
Marielle Franco vive!
Post scriptum importante: jamais divulgue fatos ocorridos online sem munir-se de uma ata notarial, devidamente adquirida em Cartório. Isso pode prejudicar-te profundamente.